O garimpo ilegal é, como todos nós sabemos, um agravante seríssimo para a sobrevivência dos povos nativos. Acarretando também em severos problemas ambientais, a problemática é caracterizada pela exploração, mineração ou extração (manual ou mecanizada) de substâncias minerais que, nesse caso, é feita de maneira ilícita. A prática é comum principalmente no norte do Brasil em terras indígenas e cresceu entre 2010 e 2020 mais de 490%, segundo a ONG MapBiomas. Apenas em 2019, foram desmatados 2.975 hectares pela mineração, singularizando um severo infortúnio.
Existem múltiplas maneiras pela qual o garimpo afeta, negativamente, os povos indígenas. Ele destrói os corpos d’agua liberando significativas quantidades de sedimentos e de mercúrio, afetando, não apenas as comunidades e animais que necessitam desta para sobreviver, mas também a vida aquática. Como se isso não bastasse, ele desestrutura os povos tanto fisicamente, expulsando-os de suas terras e moradias, como culturalmente. É importante ressaltar, também, a transmissão de doenças: garimpeiros contaminados levam para dentro das terras indígenas diversas enfermidades, colocando em risco, novamente, a vida de pessoas inocentes. Um exemplo extremamente atual é do contágio pelo Covid-19, cujos números, entre povos nativos, chegam a aproximadamente 71 mil.
Não se deixe enganar pela distância entre nós e o garimpo nas terras indígenas: não é porque você não possui, diretamente, ligação com a problemática que não contribua a ela. Somos expostos diariamente a produtos oriundos de metais retirados ilegalmente de terras indígenas e muitas vezes os compramos sem saber o quanto isso contribui para que o garimpo continue. É imprescindível que conheçamos os precedentes do que compramos para que possamos evitar, então, a contribuição a uma empresa que adquire material oriundo de extrações proibidas em terras indígenas.
Foto: Christian Braga/Greenpeace