Covid-19 e os povos indígenas

     Do hemisfério norte ao sul. Das Américas à Oceania. A pandemia do Covid-19 é uma das maiores já enfrentadas pela humanidade e continua, após mais de 2 anos, fazendo vítimas ao redor do globo. De alguma forma ou outra ela impactou a vida de todos: efeitos na saúde mental, oriundas da privação de contato social causada pelo isolamento, fortíssimas implicações na economia de múltiplos países, possíveis sequelas para os sobreviventes da doença e, entre uma pluralidade de outros, a morte. Os povos nativos não foram exceção de pessoas afetadas.

     Ao contrário da crença popular, os indígenas não vivem completamente a parte da sociedade urbana, fazendo deles, tanto quanto qualquer um, vítimas da pandemia. Contaminados por profissionais da saúde descuidados que levaram o vírus para as aldeias, por garimpeiros e grileiros que aumentaram as invasões durante as pandemias ou até mesmo por aqueles que buscaram o auxílio emergencial nas cidades, os povos nativos foram negligenciados pelo governo atual quando em relação ao Covid-19 e a muitos outros aspectos. 

     Até o dia 17/05 desse ano, mais de 71 mil indígenas já foram contaminados e aproximadamente 1300 mortos pelo vírus, somando 162 povos afetados. Contudo, é extremamente complexo conseguir informações precisas sobre a real situação, visto que os números não refletem necessariamente a extensão da pandemia. O recolhimento de dados derivados de terras não homologadas é quase, se não completamente, inexistente. Portanto, nunca saberemos o completo dano feito pela pandemia. 

Foto: Andressa Anholete/Getty Images

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